O Liceu de Benguela passou a chamar-se Liceu Nacional Comandante Peixoto Correia, a 15 de Maio de 1967.
Essa medida, partiu de uma portaria de 9 de Abril de 1966, aniversário da Batalha de La Lis, que rezava assim: A designação de patronos para obras de vulto, com o objectivo de se prestar condigna e duradoira homenagem a individualidades cuja vida de trabalho estrénuo e de abnegado sacrifício em prol do engrandecimento da Nação foi exemplo para contemporâneos e vindouros, constitui princípio salutar e eminentemente patriótico, já consagrado por longa tradição em todas as parcelas do território nacional. (...) |
Mas nem só de literatura vivia o Liceu. A dois passos ficava a esplanada do Frango Imperial, com um Dusol de maracujá fresquinho ou um gelado Veneza. Mas atenção, que sair do Liceu, mesmo nas borlas, não era para todos. |
O Vento Novo, era o jornal de parede, estrategicamente colocado entre o pátio dos rapazes e o das raparigas.
Equidistância aparente, porque a redacção era no pátio dos rapazes, controlada pelo VCC, esse clube de veteranos, continuamente preocupado em transformar o Liceu num local aprazível.
Num rasgo de audácia cultural, o Vento Novo chegou a ter edições policopiadas, a cores, que sobreviveram em 1973 ao
vetusto L.13 L.13, edição de luxo em formato A3, promessa de escritores mais sérios, que cedo deixaram o Liceu a caminho da Universidade.
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Versão PDF - 5,6MB Vento Novo Nº 5 - Ano 3 - 1972/73 - 32 páginas |
No início do ano, lá vinha a habitual praxe de recepção ao caloiro, com julgamento estilo confessa senão apanhas e impunha-se a coroa, contrastando com os motivos ondulados e sebosos dos cabelos compridos. As bestas, invariavelmente culpadas, sofriam depois penosos castigos, como varrer o páteo das meninas, que não era, nem de longe, o mais leve. A farra de abertura dos finalistas, decorria abrilhantadamente no Clube dos Caçadores ou no Lar da Mocidade Portuguesa, com animação até às tantas. E não podia faltar a presença do Liceu no Carnaval, que contou com vários carros alegóricos, em 1973, com destaque para a muito discreta homenagem do VCC à conquista do espaço (e não só), com um enorme foguetão em cima de um trator. Conta-se que a Universidade de Coimbra validou as praxes no Liceu de Benguela. |