Telemóveis em Angola
Sete milhões e meio de clientes em 2009



Em Angola existem duas redes, a estatal Angola Telecom e a privada Unitel. A Angola Telecom opera através da sua subsidiária Movicel. A Unitel possui uma quota superior a 60 por cento do mercado, atingiu em 2009 os 5 milhões de clientes e está representada nas 18 províncias nacionais. A Movicel, criada a 12 de Setembro de 2002, conta com 2 milhões e meio de clientes e marca igualmente presença numa centena de municípios das 18 províncias do país.

As áreas cobertas, além das capitais de província, são 100 dos 160 municípios do interior e os principais eixos rodoviários. Actualmente, estima-se que Angola tenha 16 milhões de habitantes, numa extensão territorial de 1.246.700 quilómetros quadrados. Só Luanda tem perto de quatro milhões de habitantes.

O serviço de Internet está disponível em Luanda, Benguela, Huambo e Huíla aos clientes com assinatura e aos clientes do sistema pré-pago.




Desde 19 de Fevereiro de 2003 que o serviço de roaming permite aos utentes da empresa portuguesa TMN utilizar os seus telefones em Angola, com a rede Unitel. Da mesma forma, os clientes da Unitel podem desde 2003 utilizar o serviço de roaming em Portugal. Em 2008 a Unitel reforçou a cobertura do serviço de roaming, estabelecendo acordos com 217 operadoras, em 117 países.

O sistema utilizado em Angola é o GSM, como o das redes que existem em Portugal.




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Sediada em Luanda, a Unitel S.A., tem como actividade principal prestar serviços na área das comunicações móveis. Foi fundada no ano 2000, como resultado de uma parceria entre a Unitel S.A.R.L. e a Portugal Telecom. Em Abril de 2001 iniciou a sua actividade em Luanda e na província do Bengo. Mais tarde, estendeu a sua actividade a Cabinda e a Benguela.

No dia 23 de Novembro de 2002, a Unitel começou a operar na cidade do Lobito. A inauguração contou com um concerto de música na ponta da Restinga. O Lobito passou a dispor de duas redes móveis: A linha 91, da operadora Angola Telecom que já operava com sistema analógico há cerca de 2 anos , e a linha 92, da Unitel, com sistema GSM.

No ano seguinte, no dia 29 de Agosto de 2003, a Unitel começou a operar no Cunene com uma capacidade inicial de oito mil linhas, a partir de uma central distribuidora do sinal na cidade de Ondjiva e três estações fixas nas localidades de Okapale, sede municipal de Namakunde, e na povoação de Santa Clara, junto à fronteira com a Namíbia.
Mais tarde, no dia 7 de Novembro, a Unitel inaugurou a sua rede de telefonia móvel nas cidades do Huambo e Caála com uma capacidade inicial de sete mil números. Os telemóveis, à semelhança das províncias do Cunene, Huíla, Cabinda e Benguela, custavam nessa altura entre 225 e 500 dólares norte-americanos.

Em 2004, no dia 29 de Outubro, também a província do Uíge ficou ligada ao resto do país e do mundo, através do sistema de telefonia móvel da Unitel. O sistema, com um raio de acção de aproximadamente 30 quilómetros, beneficiou 9.500 clientes.
A 10 de Dezembro, a Unitel inaugurou os seus serviços de telefonia móvel na cidade do Luena (Moxico) com uma capacidade para 2.500 utentes, num raio de 30 quilómetros.
No dia 16 de Dezembro a Unitel chegou a Menongue, capital da província do Kuando Kubango, marcando presença em todas as capitais de província.

Em Novembro de 2005, a Unitel atingiu um milhão de utilizadores e estendeu o sinal a alguns municípios do interior.

Em 2009, a operadora ultrapassou a fasquia dos cinco milhões de usuários, pretendendo estender a sua rede a 150 dos 160 municípios do interior até ao final do ano.




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A Movicel iniciou a sua actividade, de prestação de serviços de telecomunicações móveis e gestão global da rede 91, no segundo semestre de 2003 como subsidiária da Angola Telecom.

No dia 5 de Novembro de 2003, a Movicel inaugurou, na cidade do Huambo, uma rede de telefonia móvel analógica. Numa primeira fase a empresa disponibilizou quatro mil telemóveis com número, comercializados em três agências localizadas no centro da cidade a preços entre 270 e 1.000 dólares norte-americanos.

Ao longo do ano de 2004, a Movicel substituiu toda a rede analógica por digital, estendendo os seus serviços a 16 províncias do país, entre elas Namibe, Kwanza-Norte e Zaire.
Durante o biénio 2004/2005, a Movicel iniciou o lançamento progressivo da terceira geração móvel, baseada na norma CDMA 2000-1X. Para estender a cobertura dos serviços da operadora 91 a todo o território nacional, a Movicel firmou um contrato de fornecimento de uma plataforma de redes digitais de nova geração (New Generation Networks - NGN), com a UTStarcom.
Nesse ano de 2004 a Movicel lançou várias campanhas, com telemóveis Motorola 346, V60, C131 e E310. O E310 foi comercializado a 359 dólares, incluindo o número, 40UT (20 minutos de chamadas) e um brinde surpresa.

Com a Movicel, Angola foi o primeiro país de África a utilizar a Internet móvel de alta velocidade.

Em 2005, com o Pacote Kilapi, a Movicel ofereceu aos angolanos de baixa renda, a possibilidade de comprar um Motorola C215 por 99 dólares de entrada e 6 prestações de 10 dólares (125 UTT) por mês, pagas em carregamentos com o Cartão TACO.

Em 2009 a Movicel chegou aos dois milhões e meio de clientes e desenvolveu uma importante parceria estratégica com a oeradora chinesa ZTE.



A telefonia móvel em Angola arrancou no ano de 1993, com a primeira célula da rede analógica instalada pela multinacional "Motorola". Entre 2001 e 2002, o número de utilizadores de telefonia móvel celular cresceu de 20 mil para mais de 70 mil, tendo ultrapassado o total de utilizadores de serviços fixos. O INACOM, Instituto Angolano das Comunicações, previa então que entre 2003 e 2004 o número de linhas móveis ligadas passasse de 90.000 para 150.000, referindo que em países de baixa penetração da rede fixa, se torna mais rápido e económico promover o acesso ao serviço telefónico a partir de redes móveis. Mas, em Novembro de 2003, os clientes da Unitel eram mais de 170.000 e os da Movicel 110.000. Um ano depois, a Movicel estimava o número dos seus clientes em 400.000, prevendo atingir os 700.000 em 2005. Em Novembro de 2005 a Unitel tinha atingido 1.000.000 de clientes.

Actualmente o INACOM estima que existam em Angola sete milhões e quinhentos mil utilizadores de telemóvel e 200 mil usuários de telefones fixos.

Recentemente, o Governo angolano, por intermédio da empresa pública Angola Telecom, e quatro empresas privadas do sector de telecomunicações, formalizaram a criação de um consórcio denominado "Angola Cable" destinado a construir e gerir a rede de cabo submarino de fibra óptica. O consórcio, que vai investir 90 milhões de dólares na construção da rede de fibra óptica, tem um capital social avaliado em cinco milhões de dólares e começará a funcionar efectivamente em 2011. A Angola Telecom detém 51% do projecto e os restantes 49% estão repartidos pelas empresas privadas Mundo Startel, Unitel, Mercury e Movicel.

De notar que a guerra levou à degradação das intra-estruturas de telecomunicações e à falta de financiamentos internacionais, colocando Angola, em 2001, entre os 30 países mais atrasados, no que respeitava a penetração telefónica e qualidade dos serviços.



Os números da rede móvel foram alterados:   em 2005 entrou em vigor o Plano Nacional de Numeração concebido pelo INACOM, com o objectivo de alargar a numeração utilizada nas redes de telecomunicações em Angola.


Actualizado no dia 9 de Julho de 2009