CFB: 1.301 Km de linha com mais de 100 anos de história O Caminho de Ferro de Benguela é a única ligação ferroviária da África Central ao Atlântico. A sua construção, com origem numa Lei de Agosto de 1899, foi iniciada a 1 de Março de 1903 tendo ficado concluída a 2 de Fevereiro de 1929. A 10 de Junho de 1931 chegou ao porto do Lobito o primeiro carregamento de cobre do Katanga. |
CFB:
Variante do Cubal
Mais tarde, nos anos 70, foi construída a variante do Cubal. Considerando todas as variantes e desvios, a linha totaliza 1.679km, subindo 1.854m nos primeiros 350km. |
CFB: A maior plantação privada de eucaliptos do mundo
Proprietária de 37.000 ha, utilizou 570.000 toneladas de madeira por ano, para gerar vapor, do Lobito à República Democrática do Congo. |
CFB: Reabilitação concluída Foi no dia 29 de Dezembro de 2013, após mais de três décadas de interrupção, que o comboio voltou a apitar na vila do Luau, província do Moxico, última estação do Caminho de Ferro de Benguela (CFB). No ano anterior, a 17 de Agosto de 2012, tinha sido reinaugurada a ligação entre o Lobito e a cidade do Luena, no Moxico, mas só em 2018 a linha voltou a funcionar em pleno, com transporte de cobre e cobalto da República Democrática do Congo até ao porto do Lobito. O Estado angolano investiu até à data cerca de dois mil milhões de dólares na reparação do Caminho de Ferro de Benguela, incluindo desminagem, reposição de linhas, construção de pontes e de estações, e aquisição e reparação de material circulante. Reconstrução em 17 anos Em 2001, a Companhia do Caminho de Ferro de Benguela estava reduzida aos 34 Kms entre o Lobito e Benguela (Ramal de Benguela) e algumas linhas de acesso a armazéns e industrias do Lobito (Complexo do Lobito e cintura do Lobito - com aproximadamente 18 Kms). Foi então anunciada a ligação do Lobito ao Cubal pela variante, 153 quilómetros sem passar por Benguela, para o primeiro trimestre de 2002 ... mas a ponte da variante do Cubal estava pior do que o previsto, e havia três pontes metálicas que não tinham sido consideradas... Falou-se depois em Agosto mas, em Novembro de 2002, a chegada ao Cubal foi adiada para Dezembro. Em Dezembro de 2002, o director geral do CFB, Daniel Quipaxe, declarou à Angop, que estava prevista a ligação entre as províncias de Benguela e do Huambo, para o primeiro semestre de 2003. Em Março foi anunciado novo adiamento, com as obras limitadas à colocação de brita e pedra, por falta de travessas. Só em Maio de 2003, engenheiros portugueses e técnicos angolanos começaram as obras de recuperação da ponte sobre o Rio Cubal, que ficaram concluídas sete meses depois, no dia 6 de Fevereiro de 2004. O tabuleiro, em betão pré-esforçado, possui seis tramos de 25 m. Um deles foi totalmente demolido e reconstruído, assim como um dos pilares de apoio. No dia 18 de Dezembro de 2004, foi reinaugurada a variante Lobito-Cubal que só arrancou definitivamente em Julho de 2005 devido a obras na ponte sobre o rio Halu, a 79 quilómetros da cidade do Lobito. Em Novembro de 2005 Daniel Quipache, director do Caminho de Ferro de Benguela, anunciou o arranque, para Janeiro de 2006, da reabilitação efectiva do corredor ferroviário do Lobito ao Luau, com recurso a uma linha de crédito da República da China. Essa linha de crédito veio acelerar a reabilitação total, com desminagem, reposição de linhas, construção de pontes e estações, e reparação de locomotivas. A empreiteira chinesa China Railway 20 Bureau Group Corporation (CR-20) previa terminar em Maio de 2010 a reposição de carris e retomar em 2011 o transporte de passageiros entre o Lobito e o Luau. Mas foi só a 30 de agosto de 2011 que teve início a exploração comercial do trecho compreendido entre Benguela e o Huambo, e em 2015 que o comboio chegou à cidade do Luau. Finalmente, em 2018, a linha voltou a funcionar em pleno, com transporte de cobre e cobalto da República Democrática do Congo até ao porto do Lobito. |
A título de curiosidade: O contrato de concessão de exploração, de 99 anos, atribuído à Companhia do Caminho de Ferro de Benguela SARL, terminou no dia 28 de Novembro de 2001, revertendo a favor do Estado angolano todos os meios fixos e circulantes da Companhia. |
Também a título de curiosidade: Acima, selos comemorativos do centenário do selo, "vivem" a Independência de Angola. Em baixo, à , esquerda: o primeiro postal a cores da África Portuguesa, em português e esperanto: "Ponte sobre o rio Catumbela ao km 272", Alto Catumbela;. A linha chegou aqui no ano de 1909 Em baixo, à ao centro: Estação do Alto Catumbela na década de 70, para tantos moradores do Alto a primeira imagem que tiveram da "cidade". Em baixo, à direita: A nova Estação do Alto Catumbela, fotografada pelo António Carlos em Agosto 2012. |
A CFB possuiu duas máquinas Baldwin 4-8-0 a vapor a funcionar ( Locomotivas 215 e 216 ), que se destinam a um futuro museu. |
links:
![]() ![]() |